O poeta, compositor, produtor e diretor cultural Mariozinho Lago e a tradicional casa de samba Trapiche Gamboa apresentam nas quartas-feiras 18 e 25 de novembro (a partir das 20h30) a estreia do espetáculo “Samba Buarque de Hollanda, a roda viva”, uma inédita homenagem ao considerado maior compositor brasileiro, o sambista Chico Buarque de Hollanda.
“Samba Buarque de Hollanda, a roda viva” é uma roda-show, cujo roteiro prioriza as obras das décadas de 1960/70/80, desde o primeiro LP gravado por Chico Buarque.
Samba Buarque de Hollanda, a roda viva
Traz 40 sambas do mestre e é dividido em três blocos que culminam em um grande baile ao som de machinhas Buarqueanas. “Tem mais samba”, “A Rita”, “Roda viva”, “Com açúcar, com afeto”, “Quem te viu, quem te vê”, “A Rosa”, “O que será”, por exemplo, compõem o repertório cantado pelos talentosos capixabas Makley Matos e Anastácia Monteiro, que são acompanhados pelo Grupo Tem Mais Samba, composto pelos exímios instrumentistas Samuel de Oliveira (sax e flauta, ex-“Tira Poeira”), Diego Lima (violão 7 cordas/voz), Phelipe Ornellas (cavaquinho/voz), Jorge Alexandre (percussão/voz) e Rodrigo Reis (percussão/voz).
“O projeto já tem mais de 15 anos de espera e nasceu do desejo de homenagear um ídolo. Porém, somente agora com o perfil de roda-show ele parece pleno para estrear. O maior diferencial com relação a outros trabalhos ‘Buarqueanos’ é o foco no sambista Chico Buarque, o que ele efetiva e prioritariamente é, já que a maior parte de sua obra musical é composta de sambas”, esclarece o diretor e roteirista Mario Lago Filho. Além disso, ousa considerar Mariozinho, há a proposta de levar esta roda de samba para além do tradicional, manifestando nesta um perfil de espetáculo, com roteiro amarrado e blocos temáticos.
É um projeto musical inédito e exclusivo, em formato de roda de samba, no Trapiche Gamboa, charmoso e acolhedor sobrado da Gamboa, e imperdível pela responsabilidade de cantar Chico com as vozes de grandes intérpretes e o som de experientes músicos do samba carioca.
Samba Buarque de Hollanda, a roda viva: Sobre o diretor e os cantores
Poeta, compositor, produtor e diretor cultural, Mário Lago Filho já foi parceiro dos compositores Delcio Carvalho, Serginho Meriti, D. Ivone Lara, Wilson Moreira, Wanderley Monteiro, Walter Alfaiate e Mário Lago, entre outros. Já trabalhou também com artistas como Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Paulinho da Viola, Alcione, João Nogueira e as Velhas Guardas de Mangueira, Portela, Império Serrano e Vila Isabel.
Cantor e percussionista da cidade de Vitória (ES), Makley Matos trouxe o seu talento para o Rio de Janeiro em 2003, depois de ter vivido em Brasília e lá também ter atuado com o samba. Desde então, participa de diversas rodas nesta terra de bambas, sempre com o vozeirão, o batuque e a animação inconfundíveis e contagiantes. Por exemplo, em 2005 ganhou a 1ª edição do concurso cultural “Novos talentos do velho samba” do já tradicional Bar Carioca da Gema da Lapa e em 2009 integrou o elenco do musical sobre a história do samba “É com esse que eu vou” (de Sergio Cabral e Rosa Maria Araujo – que acaba de retomar temporada no Imperator – Centro Cultural João Nogueira). Foi muito elogiado por Cabral, jornalista e historiador da música popular brasileira, que, “maravilhado” (em suas próprias palavras) ao ouvir a audição do artista para a peça, afirmou que, em meio a muitos bons candidatos, Makley era “a voz”. Já para Nei Lopes, um dos maiores compositores vivos do samba, este capixaba tem um “vozeirão sambístico, mistura boa de João Nogueira e Roberto Ribeiro”.
Capixaba, natural de Vitória, Anastácia Monteiro é uma das representantes da Música Brasileira que mantém sua base em matrizes étnicas. Suas influências vão desde a música afro-indigena-brasileira, passando pelo samba, MPB tradicional, até o Manguebeat. Cresceu em um ambiente musical tendo o seu avô paterno, cavaquinista, como grande referência no universo do samba. Em sua formação artística estudou saxofone, canto lírico, teatro e expressão corporal. Atualmente estuda técnica vocal e canto popular com a professora cantora Simone Lial e cursa Licenciatura em Música na UFRJ. Aponta para um caminho consistente no cenário musical, com uma expressão vocal singular que mistura intensidade, sutileza e contemporaneidade na métrica, criando efeitos que se integram à sonoridade de raiz brasileira e resultando em texturas musicais vanguardistas.
Samba Buarque de Hollanda, a roda viva:
Quartas-feiras 18 e 25 de novembro (20h30) no Trapiche Gamboa (Rua Sacadura Cabral, 155, Saúde). Tel.: 2516 0868 / 2233 9276
Couvert artístico: R$20 (lista amiga R$15 pelo email). Classificação: livre. A casa abre às 18h30.